Período seco pressiona tarifas e mantém bandeira vermelha no radar para setembro

Por BR4 Energia - agosto 19, 2025

A escassez de chuvas em julho e a queda da ENA (Energia Natural Afluente) em quase todas as regiões, exceto o Sul, levaram o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) a ampliar o uso das termelétricas.

Segundo análise do Grupo Bolt, em setembro a bandeira vermelha deve permanecer no patamar 2, podendo cair para o patamar 1 apenas em um cenário favorável. Desde abril, quando começou o período seco de 2025, os consumidores do mercado regulado vêm pagando tarifas extras. Em julho, a bandeira vermelha 1 acrescentou R$ 4,46 a cada 100 kWh, e em agosto o patamar 2 elevou o custo em R$ 7,87.

O MME prorrogou até 30 de setembro a contratação de térmicas, reforçando a estratégia de segurança do ONS, que mantém operação conservadora para garantir o abastecimento. Mesmo com projeções de armazenamento satisfatórias, o despacho térmico segue ampliado como medida preventiva.

De acordo com Luiz Madeira, head de varejo do Grupo Bolt, a definição para setembro dependerá do comportamento dos reservatórios, mas a tendência é a manutenção das tarifas elevadas até maior segurança hídrica.

Enquanto os consumidores do mercado cativo são diretamente impactados pelas bandeiras, no mercado livre e na geração distribuída há mais proteção. No ACL (Ambiente de Contratação Livre), os contratos têm preços fixos ou ligados a renováveis, sem repasse dos custos térmicos. Já a geração distribuída e modelos como a energia solar por assinatura reduzem a dependência da rede e oferecem economia média de 20% em relação às tarifas tradicionais.

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Conta de luz terá reajuste acima da inflação em 2025, prevê ANEEL

Por BR4 Energia - agosto 12, 2025

Órgão estima alta média de 6,3% nas tarifas de energia elétrica neste ano

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) divulgou, na segunda edição do boletim InfoTarifa, a projeção de que as tarifas de energia elétrica no país terão um aumento médio de 6,3% em 2025.

O percentual supera a expectativa de inflação para o período — estimada em 5,1% pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e 1,3% pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado).

Segundo a Agência, o principal fator para a revisão da previsão foi a atualização do orçamento da CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), que ficou R$ 8,6 bilhões acima do valor estimado anteriormente.

Lançado em abril deste ano, o InfoTarifa é publicado a cada três meses e traz informações sobre a variação das tarifas, detalha a composição dos custos e aponta elementos externos — como encargos do setor elétrico — que interferem nos cálculos da Agência.

O boletim completo pode ser consultado na biblioteca da ANEEL ou nas áreas de conteúdo do portal oficial.

Aumento histórico no preço da energia elétrica
O reajuste acima da inflação projetado para 2025 segue uma tendência observada nos últimos anos. Levantamento da Abraceel (Associação dos Comercializadores de Energia Elétrica), divulgado em junho, mostra que entre 2010 e 2024 a tarifa de energia no mercado regulado subiu 177%, enquanto a inflação medida pelo IPCA no mesmo período foi de 122%.

Isso significa que a conta de luz avançou 45% acima da inflação acumulada. A pesquisa também analisou dados desde 2003, revelando que, nesse intervalo, a tarifa residencial aumentou 269%, contra um avanço de 218% do IPCA, segundo reportagem publicada pelo Canal Solar.

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