Como a Reciclagem de Painéis Solares Está Redefinindo a Energia Limpa no Brasil

Por BR4 Energia - abril 28, 2025

 O Complexo Janaúba, localizado em Minas Gerais, acaba de dar um importante exemplo de sustentabilidade no setor de energia renovável. Durante a expansão da usina, a Elera Renováveis, responsável pelo projeto, reciclou mais de 16 toneladas de painéis solares danificados, evitando que esse material fosse descartado em aterros sanitários.

A iniciativa contou com o suporte da empresa SunR, especializada em reciclagem, que realizou a coleta e o processamento dos materiais. Componentes como vidro, alumínio, prata e cobre foram recuperados e reinseridos na cadeia produtiva, totalizando 85% dos materiais dos módulos reaproveitados.

Com essa ação, cerca de 39 metros cúbicos de espaço em aterros foram preservados, além da prevenção da emissão de quase 13 toneladas de dióxido de carbono na atmosfera. Durante as obras de ampliação, 94% de todo o resíduo sólido gerado foi reciclado, compostado ou reutilizado.

Segundo Tatiana Ricota, diretora da Elera Renováveis, a reciclagem de painéis solares é fundamental para reduzir o impacto ambiental e impulsionar a economia circular, uma vez que reintegra materiais ao ciclo produtivo e diminui a necessidade de extração de novos recursos. Leonardo Duarte, CEO da SunR, reforçou que a reciclagem dos módulos mantém o valor ambiental da tecnologia ao longo de todo seu ciclo de vida, além de devolver materiais valiosos para a indústria, promovendo a sustentabilidade no setor de energia limpa.

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Brasil e a Corrida pela Energia Limpa: Oportunidades e Estratégias

Por BR4 Energia - abril 04, 2025

 O Brasil tem posição de destaque no cenário global de energia renovável: quase 90% da sua matriz elétrica é limpa, superando com folga a média mundial de 28%. Ainda assim, a transição energética enfrenta obstáculos, principalmente em setores que dependem de combustíveis fósseis.

Um estudo da PwC Brasil propõe quatro estratégias para apoiar empresas nessa transição. Antes de aplicá-las, é essencial considerar que o consumo global de energia deve crescer até 20% até 2050, em relação a 2021.

Hoje, cerca de 80% da energia primária mundial vem de fontes fósseis, e apenas 20% da eletricidade. Esse consumo é responsável por aproximadamente 73% das emissões de gases de efeito estufa.

Apesar da matriz elétrica limpa, o Brasil ainda consome muitas fontes poluentes: em 2023, 39% da energia veio de petróleo e derivados, e 7% da lenha. Além disso, 60% da produção de energia primária é não renovável, com destaque para os setores de transporte e indústria como grandes emissores.

A PwC aponta que o país tem uma chance estratégica de ampliar o uso de fontes renováveis, como solar e eólica. Para isso, será necessário um investimento global anual de até US$ 6 trilhões, segundo o IPCC.

Os quatro caminhos indicados pela PwC são:

1. Melhoria da eficiência energética

Produzir mais com menos energia, desacoplando o crescimento econômico do aumento do consumo. No Brasil, isso envolve também lidar com a sobreoferta estrutural de energia, aproveitando tecnologias e novas fontes com apoio regulatório.

2. Eletrificação de setores

Substituir o uso de combustíveis fósseis por eletricidade limpa em produtos e serviços, como carros elétricos. Apesar do avanço lento no Brasil, a expectativa é de crescimento mais acelerado até 2030.

3. Substituição de matérias-primas poluentes

Trocar insumos baseados em carbono por alternativas mais sustentáveis, como plásticos por materiais biodegradáveis, especialmente em setores difíceis de descarbonizar.

4. Criação de uma autoridade independente para políticas de transição

Um órgão com autonomia para definir diretrizes energéticas de longo prazo, garantindo a continuidade das metas de neutralidade de carbono e o equilíbrio entre demanda, oferta e sustentabilidade.

A PwC acredita que o Brasil tem potencial para liderar projetos como o de hidrogênio verde, graças ao seu alto potencial solar e eólico. Mas, para isso, as empresas precisam se preparar e agir estrategicamente.


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